Na manhã dessa quinta-feira, os alunos do Primeiro Ano do Ensino Médio realizaram uma atividade de um texto coletivo durante a aula de Redação do Professor Emerson Sitta. A produção foi iniciada pelo Professor e cada aluno deveria continuá-la, sem parar para pensar no que estava sendo escrito.
A atividade estimula a dinâmica de raciocínio e incentiva a reorganização constante de ideias, pontos essenciais para a produção de texto. A Redação segue abaixo, escrita pelos alunos Cauã Daldon, Fabrício Pocchini, Gabrielle Almeida, João Saconi, Natália Cocchia e Thauan Paes.
" No dia 29 de fevereiro de um ano daqueles que este mês carnavalesco tem o vigésimo nono dia, saí correndo pelas estradas da vida a fim de encontrar meus últimos sonhos, aqueles que nunca consegui realizar.
Estradas e ruas sem fim, a música passava por mim, como aquelas pessoas fantasiadas de todo tipo, fantasiado estava eu em meus pensamentos, uma fantasia que se deve percorrer longos caminhos. Pois bem, a expectativa em meu sangue percorria, sim aquelas músicas me incomodavam, mas todo o colorido das alegorias me traziam um conforto durante a longa caminhada vital.
Bom, eu queria calma na alma pra poder viver a vida. Tudo me irritava, até mesmo aquelas pessoas felizes, comemorando seu feriado. Tentei buscar a felicidade em meus sonhos, porém não encontrei nada, só mesmo um desespero maior ainda. Saí correndo pelas ruas da solidão.
Foi o que minha tia me disse, quando viu o carnaval pela primeira vez na sua vida. Não entendi o que ela quis dizer com isso, pois estamos em sete de setembro, comemorando muito. Estávamos em casa bebendo e jogando poker, todos estavam fora do normal por causa das bebidas.
Meio alterados por causa do álcool em seu sangue, entre as fichas de poker foram se descobrindo segredos íntimos e pensamentos confusos de cada jogador que ali se encontrava. Chegou minha vez de jogar, e o segredo que revelei provavelmente ia me comprometer para sempre.
Senti receio ao revelar. Sabia que me julgariam. A minha vida toda eu escondi esse segredo e agora todos sabiam. O que iria acontecer daqui para a frente? Somente o futuro diria.
Suava frio, minhas mãos tremiam e eu não sabia de onde havia tirado coragem, mas as palavras escorregaram de meus lábios em direção ao infinito universo de segredos revelados não só ali, mas em diferentes situações como aquela.
Segredos eram o combustível da humanidade, o impacto de suas revelações moviam o mundo e faziam acontecer as descobertas e evoluções da sociedade. Será que o meu segredo traria tantas mudanças na minha vida e nas vidas que ali me cercavam? Eu poderia rir e dizer que era tudo uma mera brincadeira para descontrair o jogo, mas soaria falso.
Realmente era uma brincadeira para alguns, não para mim. Tudo tinha sentido e lógica. O medo de viver era implacável. Eu tentava viver de forma comum, no entanto não conseguia. Eu saia correndo, tomava remédios, perdia tudo que conseguia. O meu maior medo era enfrentar a vida. Este era o meu segredo. Todos a minha volta acreditavam e aceitavam que eu era uma pessoa comum, que vivia bem, mas por dentro eu sofria. A vida me enganava. Eu jogava, sonhava, era só. Rico e infeliz. O meu segredo era que minha vida não significava nada para mim. E todos queriam ser como eu..."